sexta-feira, 21 de junho de 2013

Vem pra Lua (o manifesto)



Vem pra Lua que domingo ela flutua alta, cheia, clara, quase nua estirada sobre o Atlântico, debruçada na baía.

Vem pra Lua que domingo ela brilha diferente e cobre a noite de poesia, cada estrela em volta é um vagalume iluminando a rua. Oh, imponente mãe, irmã e tia da razão e da euforia.

Vem pra Lua que domingo ela prateia a Terra com seu facho, faiscante e atrevida, como uma manifestante na avenida gritando que o buraco é mais embaixo.

Vem pra Lua que domingo ela se revolta com a bala de borracha e a pimenta, o azul do dia e o magenta, o céu nublado e o preço da polenta.

Vem que a Lua não é só dos namorados. Vem que a Lua não é do dragão. É de quem ama e protesta. É dos que cantam em voz alta e fazem a festa.

Só os loucos atiram pedras na Lua, esses podem. Porque a Lua mexe, a maré sobe e o juízo desce.

Vem correndo que a Lua não é lugar de vândalo, partido ou globocop. Vem que a Lua tem audiência mas não dá ibope.

Vem pra Lua, a maior de todas, e ouve os cães ganindo pelos becos, o mar de ressaca e o Brasil mais intenso ocupando a praça. Vem logo porque ela é rara.

Vem pra Lua e grite alto por um bilhete único no ônibus espacial, pelo passe livre em discos voadores, contra o aumento da tarifa no táxi lunar. Não é pelos 20 centavos. É pelos 20 anos que outra Lua assim vai demorar.

Chega de arquibancada, é hora de entrar em campo pra vencer. Sem patrão, sem Fifa. Fora o cartola! Viva a cartolina!

Chega de ficar em casa deitado no conforto do quarto minguante. Vem pra Lua Cheia. Vem!

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