quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O diálogo da sustentabilidade: comunicação para empreendimentos de grande impacto


Os processos de comunicação empresarial tendem a acompanhar, naturalmente, modelos e estágios da economia. Crises, mudanças de rota, desaceleração, picos de desenvolvimento, tudo isso entra na pauta das agências de comunicação conectadas com o mundo dos negócios. Monitorar as curvas de investimentos e os indicadores do mercado é uma tendência cristalina da comunicação de resultados. Os projetos estruturantes que estão em curso no Brasil, por exemplo, fizeram emergir a expertise da comunicação especializada em estratégias para empreendimentos de grande impacto.

Apesar do hiato provocado pela atual crise econômica, há centenas de empreendimentos industriais em construção nas cinco regiões do País. São refinarias, siderúrgicas, rodovias, ferrovias, mineradoras, complexos portuários, usinas hidrelétricas e termelétricas, linhas de transmissão etc. Esses projetos indicam primeiramente que há uma escala de crescimento com uma janela de oportunidades para variados segmentos da sociedade, principalmente a massa de trabalhadores desempregados. Revelam também a necessidade de mais energia e novos modais de escoamento da produção para suprir a tendência do desenvolvimento econômico brasileiro.

Mas os impactos desses empreendimentos não estão apenas no campo econômico. Uma grande obra de infraestrutura requer planejamento rigoroso capaz de minimizar as interferências na vida das pessoas e do meio ambiente. Para isso, existem os estudos e relatórios de impacto ambiental que devem ser apresentados pelos empreendedores, obrigatoriamente, nas fases de planejamento, construção e operação do empreendimento. São esses instrumentos que formalizam, como prevê a legislação, o compromisso da empresa com políticas de mitigação e compensação social em relação às comunidades e populações interferidas.

Os relatórios e estudos de impacto ambiental (EIA-RIMA) são apresentados em audiência pública, fórum legítimo para discussão dos pontos de interesse do empreendedor e das demais partes envolvidas (comunidades, poder público, sociedade civil etc.). O papel da agência de comunicação é criar condições adequadas para que a audiência seja bem sucedida, no que tange a organização, logística, convocação e mobilização popular, registro e documentação completa do evento para posterior comprovação junto ao órgão ambiental de licenciamento. Outra atividade relevante de uma agência com expertise nessa área é a organização de reuniões preparatórias que antecedem a audiência pública. Essas reuniões visam estimular, de forma didática, o debate prévio com públicos específicos, o que resulta numa audiência muito mais profícua.

Dentre os compromissos socioambientais do empreendedor impostos pelo órgão de licenciamento está a execução de um programa de comunicação social, instrumento legal de médio a longo prazos que permite o acompanhamento, pelas partes interessadas, de todos os passos da obra, as interferências na comunidade e o andamento dos demais programas de compensação.

O programa de comunicação social é o canal de diálogo da sustentabilidade. É por meio dele que a comunidade aplaca os seus anseios, tira dúvidas, informa-se, apresenta sugestões e é ouvida. O programa é de lei, não uma conveniência ou concessão da diretoria da empresa/empreendimento. E por isso mesmo, os resultados são acompanhados regularmente para aferição de sua eficácia. De tamanha responsabilidade, a execução do programa é prerrogativa de agência de comunicação com experiência nesse tipo de atividade. Cabe somente a uma agência especializada promover a mobilização social na área de influência do empreendimento - que é a comunicação face a face, o diálogo com gente simples, lideranças comunitárias, políticas e religiosas.

A comunicação para empreendimentos de grande impacto exige técnica e conhecimento da realidade social e cultural da região onde o projeto está inserido. Em áreas carentes desse imenso Brasil – por onde se multiplicam obras do PAC e da iniciativa privada – mais do que internet, anúncio de jornal e propaganda em TV, as comunidades necessitam de ferramentas simples de apoio. Na maioria das vezes, são cartilhas, pequenos informativos, panfletos, rádios comunitárias, carros de som, faixas de rua e reuniões ao ar livre que fazem a diferença.

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